Materiais Curriculares Educativos

FUNDAMENTOS

Para que possamos desenvolver a proposta em sala de aula e adaptá-la aos diferentes contextos, consideramos importante apresentar alguns fundamentos que orientaram ou foram produzidos ao longo de sua elaboração. Destacamos aqui dois temas importantes: (1) Aspectos históricos, éticos e políticos da participação não consentida de Henrietta Lacks nas pesquisas biomédicas; (2) Alterização negativa como problema ético de desconsideração moral; (3) Principais correntes em filosofia moral; (4) Interseccionalidades, e (5) O trabalho com ação sociopolítica no contexto da sala de aula de ciências e biologia. 

Visando contribuir para a fundamentação teórica e metodológica acerca da nossa sequência didática, disponibilizamos alguns textos com embasamentos sobre as temáticas.

Texto 1: Baartman, Lacks e o corpo da mulher negra como paradigma de alteridade na história da biologia (https://www.15snhct.sbhc.org.br/trabalho/view?ID_TRABALHO=1576

Nesse texto encontramos uma breve descrição e análise do episódio histórico do uso das células do câncer de colo de útero de Henrietta Lacks, como um entre outros casos de racismo científico, que podem servir de panorama para exames éticos da ciência. Além desse episódio o texto traz outro episódio de objetificação do corpo da mulher negra, a exposição e estudo do corpo de Sarah Baartman pelo naturalista Georges Curvier, tema de outro MCE desta plataforma.  

Para um exame dos aspectos históricos, éticos e políticos da participação não consentida de Henrietta Lacks nas pesquisas biomédicas, recomendamos também a leitura do capítulo 4 do livro “Conteúdos Cordiais: Biologia Humanizada para uma escola sem mordaça”, organizado por Pedro Teixeira, Roberto Dalmo e Glória Regina Queiroz, e editado pela livraria da Física.

Texto 2: Alterização, biologia humana e biomedicina  (https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1678-31662015000300615&script=sci_abstract&tlng=pt

O texto nos apresenta diversos exemplos de processos de alterização gerados por discursos e nas práticas das ciências biomédicas, ao longo de sua história recente. Trata-se de processos de exclusão social de diferentes grupos humanos, que são considerados e a tratados como inferiores, em supostas bases científicas, a exemplo de raças não europeias, as mulheres, os homossexuais e os “pobres”. Além dos exemplos, encontramos nas sessões introdutórias, um exame do conceito de alterização, e dos aspectos antropológicos, culturais, éticos e históricos de processos dessa natureza, que pode nos ajudar com o tema 2.   Um exame mais breve sobre o conceito pode ser encontrado no texto da aba de fundamentos do MCE sobre Sarah Baartman. 

Texto 3: Ensinando Ética  (https://www.scielo.br/j/edur/a/D53k7Q6Kj5Wcgn9m6gLMcjB/?lang=pt )

Nei Nunes-Neto e Dália Conrado nos apresentam uma matriz de referência de conceitos em Filosofia moral, que possam nos amparar no ensino explícito de ética, no contexto do ensino de ciência, e de temas sociocientíficos. Apresentam os conceitos de ética, valores, agentes e pacientes morais, e ao fazê-lo nos fornecem também um panorama de três abordagens principais, na Filosofia moral, na atribuição de valor moral – a ética deontológica, a ética utilitarista e a ética das virtudes – e os critérios que empregam no julgamento de ações que devem ser evitadas. A este respeito, também pode ser consultado o primeiro capítulo do livro “Questões Sociocientíficas: fundamentos, propostas de ensino e perspectivas para ações sociopolíticas”, organizado pelos mesmos autores (http://books.scielo.org/id/n7g56/pdf/conrado-9788523220174.pdf ) 

Texto 4: Interseccionalidades (https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/554207/2/eBook%20-%20Interseccionalidades.pdf

Trata-se de uma obra organizada como componente curricular de um curso de especialização em Gênero e Sexualidade na Educação da UFBA/SEAD/UAB, em que Dayane N. Conceição de Assis nos apresenta os principais debates sobre o conceito de Interseccionalidade como ferramenta teórica, metodológica e de luta do feminismo negro, desde sua origem norte-americana até sua interpretação, uso e apropriação pelas feministas negras brasileiras. É examinada a aplicabilidade do conceito em experiencias educacionais, assim como do conceito de lugar de fala.  Um exame mais breve sobre o conceito de Interseccionalidade pode ser encontrado no texto da aba de fundamentos do MCE sobre Sarah Baartman, nessa plataforma.

Texto 5: Da discussão à ação sociopolítica sobre controvérsias sóciocientíficas: uma questão de cidadania  (https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/9577/3/DA%20DISCUSS%C3%83O%20%C3%80%20A%C3%87%C3%83O.pdf)

Nesse artigo, Pedro Reis propõe e examina as várias formas possíveis de alunos e professores se envolverem em ação sociopolítica sobre questões sóciocientífica, desde a organização de grupos de pressão junto do poder político ou de outras instituições, até a investigação e proposição de soluções inovadoras para problemas socioambientais locais e/ou globais. São também analisadas as implicações e demandas da implementação dessas formas de ativismo no contexto escolar e em sala de aula, no que diz respeito às práticas educativas, formas de avaliação, relação professor(a), estudante e conhecimento e fontes de conhecimento.  Um exame mais breve sobre formação para ação sociopolítica é apresentado no texto sobre currículo e ensino dessa plataforma. 

 

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